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Traduções em tempo real prometem revolucionar as viagens — mas levantam debate sobre o fim do aprendizado de idiomas

  • Foto do escritor: Paraiba 360
    Paraiba 360
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

Nova função da Apple oferece tradução instantânea de conversas nos AirPods e no iPhone. Especialistas apontam avanços — e possíveis perdas culturais.


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A nova função de tradução ao vivo da Apple é uma dádiva para os viajantes, mas a dependência excessiva da tradução por IA pode nos fazer repensar por que aprendemos idiomas estrangeiros — Foto: Getty Images via BBC


O que antes parecia ficção científica começa a se tornar realidade. A Apple lançou uma nova função de tradução em tempo real que permite aos usuários ouvir e visualizar instantaneamente a tradução de conversas em outros idiomas — tudo diretamente nos AirPods Pro 3 e na tela do iPhone 17.


Com a tecnologia, é possível escutar alguém falando em outro idioma e ouvir, no ouvido, a versão traduzida da fala. Ao mesmo tempo, o conteúdo aparece transcrito na tela, facilitando a compreensão em viagens, reuniões ou interações cotidianas com pessoas de diferentes países.


A função promete transformar a experiência dos viajantes, eliminando barreiras linguísticas em restaurantes, aeroportos ou durante passeios internacionais. Mas, ao mesmo tempo, especialistas alertam que a dependência da tradução por inteligência artificial pode reduzir o interesse em aprender novos idiomas — e, com isso, enfraquecer conexões culturais mais profundas.


A novidade foi comparada ao “peixe Babel”, criatura fictícia do clássico O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, que permitia compreender instantaneamente qualquer idioma. Agora, essa fantasia ganha contornos reais — sem a necessidade de um ser alienígena no ouvido.


Tecnologia poderosa, mas ainda imperfeita


A reação à novidade foi majoritariamente positiva. O The New York Times classificou a ferramenta como “profunda”, destacando seu potencial de usar a IA de forma prática e integrada no dia a dia das pessoas.


Ainda assim, a tecnologia não está livre de falhas. Um teste publicado pelo portal CNET revelou que o sistema inseriu palavras indevidas e erros ocasionais nas traduções, o que mostra que o recurso ainda está em desenvolvimento.


Esses deslizes, no entanto, são comuns nas primeiras versões de novas tecnologias e tendem a ser corrigidos rapidamente por atualizações de software. Além disso, a chegada da ferramenta deve acelerar a corrida entre outras gigantes de tecnologia que trabalham em soluções semelhantes.


Enquanto isso, o lançamento reacende o debate: a fluência automática pode facilitar a vida dos viajantes, mas também nos faz refletir sobre o que perdemos quando deixamos de aprender e compreender outras línguas por conta própria.

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